Concerto de apresentação do disco “Futuro Eu” de David Fonseca no Centro Cultural de Belem, Lisboa, 30 de Outubro de 2015.
“À medida que uma pessoa vai crescendo fica mais difícil sair da redoma, de uma certa ideia de conforto. Há uns anos, percebi que caminhava para aí e decidi que não iria ser assim.”
Este é David Fonseca, o músico de 42 anos. O mesmo que em 1998 encabeçou os Silence 4, que em 2003 se lança a solo e que em 2006 revive António Variações com os Humanos. Mas isto é o passado. Agora, o registo mudou. Depois das várias músicas que foram lançadas nos últimos meses, David Fonseca deu finalmente a conhecer o futuro. O primeiro disco em português e o oitavo a solo, Futuro Eu conta com 11 faixas e chegou ao mercado a 16 de Outubro de 2015.
“Há um ano e meio entrei numa casa vazia a poucos metros do mar, o Inverno a empurrar o vento contra as janelas, a familiaridade de uma casa onde curei desilusões e alimentei sonhos, quase todos impossíveis como os sonhos devem ser.” É assim que começa a viagem deste disco.
Um dos mais carismáticos criadores nacionais, David Fonseca é indissociável da banda a que deu voz, o grupo Silence 4. Com um primeiro disco em 1998 “Silence Becomes It”, o grupo rapidamente atingiu um nível de sucesso invulgar. Em 2001, efectuaram a sua última digressão, tendo suspendido a sua actividade até 2014, ano em que se reuniram para a realização de quatro espectáculos especiais.
A sua actividade musical tem-se desenvolvido ainda com uma forte componente performativa nos palcos nacionais e internacionais. As suas prestações ao vivo são memoráveis para todos quantos a elas assistem e as suas canções são desde há muito representativas do que de mais importante tem sido produzido a nível musical, e que, quase sempre, acabam por liderar as tabelas nacionais.
Criador multi-facetado, David Fonseca tem desenvolvido ainda a sua personalidade artística também na área da imagem, realizando os seus próprios videoclips, exposições fotográficas ou com a publicação do livro “Right Here, Right Now” (Tinta da China), uma recolha de 132 fotografias Polaroid entre as inúmeras imagens produzidas por David Fonseca neste formato entre 1998 e 2008.
Com uma dinâmica invulgar com o público, David Fonseca desde há muito que dedica especial atenção à relação com os seus fãs, tendo criado a comunidade baseada no seu site, o “Amazing Cats Club”, ou destacando-se nas plataformas sociais, com uma forte e criativa implantação no Instagram, Twitter e Facebook, esta última com mais de 37.000 seguidores.
Este primeiro concerto de apresentação do “Futuro Eu”, contou com a presença especial de Márcia. “Deixa ser” foi a música escolhida para unir a voz de David à voz de Márcia. Juntos, cantaram ainda uma música que não se encontra no disco: “É-me igual”.
Voz, guitarra acústica, guitarra eléctrica: David Fonseca
Guitarra eléctrica: Ricardo Fiel
Teclados, programações, voz: Paulo Pereira
Baixo: Nuno Simões
Bateria: Sérgio Nascimento
Operação som (FOH): Nelson Carvalho
Operação iluminação: Carlos
Futuro eu
Lê esta carta que te escrevi
Sei que é só tinta e papel
Mas, quero só o melhor para ti
Caro futuro eu
Eu já não estou
Mas, tu estás aqui
Faz do futuro o presente
Vai rente ao tempo que tens
E, agora, toma nota
Não é tarde
Não duvides
Não empates
Não compliques
Deixa ser o que é para ser
Faz só o que a vontade quer
Não te dês sem compromisso
Não esperes por quem não te quer
Sê um homem sem esquecer o miúdo
E acima de tudo
Cuida bem do futuro, do meu futuro eu!
Desculpa ser tão insensível e frontal
Futuro eu, sê diferente deste vulgar atual
Dá o salto
Corações ao alto!
Não é tarde
Não duvides
Não empates
Não compliques
Deixa ser o que é para ser
Faz só o que a vontade quer
Esquece os detalhes
Os atalhos
As desculpas
Inquieto com quem não pode
Nem nunca vai querer compreender
Não te dês sem compromisso
Não esperes por quem não te quer
Sê um homem sem esquecer o miúdo
E acima de tudo
Cuida bem do futuro, do meu futuro eu!
Dá o salto
Corações ao alto
Não é tarde
Não duvides
Não empates
Não compliques
Não é tarde
Não duvides
E vive em paz
Não compliques
Não é tarde
Não duvides
E vive em paz
Não compliques
Futuro, meu bem
Porque não vens de vez?
O passado já foi
E o agora nada fez
Futuro, meu bem
Porque não vens de vez?
O passado já foi
E o agora nada fez
E acima de tudo
Cuida bem do futuro
Do meu futuro eu
Futuro eu
Fotos: Luis Macedo