“TURVO
São onze músicas.
Traz consigo os anos dentro dos dias, e as pedras que apanhei e as que deixei ficar, as molduras que guardei e as que abandonei. Vivem pessoas lá dentro. Eu fui apenas caminhando, lento, batendo às suas portas, abriram e fiquei para um chá, fingiram não estar e eu ouvi e não esperei, contaram estrelas comigo e nunca mais as vi, habitam dentro de mim e acenam ou já morri com elas. São as pessoas que amo, e as que não me respondem, que são muitas vezes as mesmas. Carrega aos ombros o para sempre e mais um cigarro ou o só mais cinco minutos que tenho onde não ir.
Foi gravado em poucos “takes”, em poucas horas. Não é uma resposta nem uma pergunta é o meu silêncio. Não está emendado, nem revisto está vestido com o que foi encontrando nas casas, nas ruas, nos abraços, nas despedidas.
Foi gravado perto de casa, com um amigo ( obrigado Pedro), um piano, uma melódica, 3 ou 4 guitarras e a minha voz. Foi o melhor que consegui escrever e tocar. Não pretende chegar, já nasceu onde esperava ficar. Turvo é a minha gratidão, o meu dever a minha verdade.”
Bruno Camilo
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