North Music Festival 2019

Embora a 1.ª edição do North Music Festival tenha sido realizada em Guimarães (2017), nos anos seguintes a organização acabou por fixar residência na Invicta e aqui deverá permanecer enquanto tiver condições para a realização deste festival.
O North Music Festival ambiciona ser um festival urbano e transversal a todas as idades e a diferentes tipos de público, combinando vários estilos musicais com experiências gastronómicas, provas de vinhos, zona de jogos, exibição de filmes e documentários, tendo como cenário o Rio Douro e a zona histórica do Porto.
Os concertos decorreram no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, com uma bela vista para as duas margens do Douro e que proporcionou finais de tarde magníficos em tons dourados e quentes. Este festival marca o início dos festivais de verão e foi exatamente esse o ambiente vivido no recinto.
Depois de no ano de 2018 ter alcançado a meta dos 25.000 espectadores, a organização esperava para a edição de 2019, no mínimo, um sucesso idêntico.

Dia 1 – sexta-feira, 24 de maio

O North Music Fest arrancou no seu primeiro dia com uma novidade: as “Jam Sessions”, no espaço Lounge no interior do Edifício do centro de congressos. Uma banda residente toca músicas bem conhecidas e convida os presentes a participarem, tocando ou cantando com a banda. Assim se passava o tempo até à hora de início dos concertos.
Os Expensive Soul estrearam o palco principal pelas 20h00. A celebrarem 20 anos existência, New Max e Demo com uma banda de 12 elementos percorreram alguns dos grandes êxitos da sua carreira, mas também alguns temas do seu novo álbum. A energia positiva era contagiante e cada a música o recinto foi ficando cada vez mais cheio. Foi com naturalidade que os Expensive Soul saíram do palco sob uma calorosa ovação.
Entretanto, começavam as atuações no Palco Indoor, com os MurMur, projecto da atriz Sanda Celas e do guitarrista Alex Cortez. A promoção do primeiro álbum, “Rio Invisível”, serviu de base para o concerto.
De seguida, no Palco Principal, o hino da União Soviética indicava a chegada de Emir Kusturica e dos No Smoking Orchestra. Com a conhecida fusão de punk rock, folclore dos Balcãs e música cigana e latina, a actuação do músico e cineasta sérvio resultou numa animação constante no palco e na audiência. Entre músicas bem conhecidas do reportório e algumas novas do novo disco lançado em 2018, o ponto alto da actuação foi uma serenata a uma fã que subiu ao palco em “Was Romeo Really a Jerk”.
Entretanto no Palco Indoor, Skills & The Bunny Crew entraram em cena. Este foi o primeiro palco do Porto para este projecto de Alfredo Costa, Pedro Mourato e José Garcia. Com uma mistura de funk, rock e hip-hop cantado em português, a banda lisboeta mostrou muita maturidade e uma presença muito forte.
Era praticamente meia-noite quando os cabeça de cartaz, os britânicos Bush, subiram ao Palco Principal e depararam-se com casa cheia, à qual proporcionaram um excelente concerto. Este foi o único espetáculo da banda em solo europeu. Contando já com cinco álbuns editados, a escolha de centrarem a sua actuação nos dos dois primeiros “Sixteen Stone” (1994) e “Razorblade Suitcase” (1996) foi muito acertada, com um publico completamente rendido a vibrar intensamente ao som de nostálgicos sons dos anos 90. “The Chemicals Between Us”, “Everything Zen”, “Little Things” e “Swallowed” foram alguns dos hinos entoados pelos milhares que foram também surpreendidos quando o vocalista Gavin Rossdale salta do palco para cantar “This Is War” junto à primeira fila. O concerto terminou com um encore de três músicas: “Come Together” dos Beatles, “Glycerine” dedicada a todos os que perderam o caminho e se reergueram, e Comedown.
A noite prosseguiu depois no Palco Indoor com os DJ. Rich & Mendes e DJ Kitten que animaram o North Music Festival pela madrugada dentro.

Reportagens dos Concertos do dia:
Expensive Soul
Emir Kusturika
Bush
Skills and the Bunny Crew

 

Dia 2 – sábado, 25 de maio

Depois de um excelente primeiro dia, previa-se uma enchente na Alfândega do Porto para o segundo e último dia do festival. As portas do recinto abriram mais cedo, por volta das 17 horas, para a transmissão em direto da final da Taça de Portugal entre o FC Porto e Sporting. Como era de esperar, o futebol contribuiu para que o recinto começasse a encher antecipadamente.
Coube aos Glockenwise a responsabilidade de abrir o cartaz do dia. A banda de Barcelos liderada por Nuno Rodrigues com a sua já habitual indumentária (fato e camisa azul) promoveu o seu mais recente álbum, “Plástico“, lançado em finais de 2018, sendo o 4.º longa duração, mas o primeiro em português.
Ainda o sol não se tinha posto e com uma audiência cada vez maior, quando sobem ao Palco Principal os Capitão Fausto, ao som de uma calorosa recepção que provava a cada vez maior popularidade da banda lisboeta. A base da setlist foi o último álbum, “A Invenção do Dia Claro”, mas para contentamento do grande número de fans que assistiam, tocaram um pouco de toda a sua discografia, mostrando o porquê dos Capitão Fausto serem já uma das maiores referências do panorama musical nacional.
O rock dos Stone Dead inaugurou o segundo dia de concertos no Palco Indoor, às 21h30. O trabalho “Good Boys” serviu de suporte ao alinhamento que chamava à atenção pela sonoridade veloz e de várias influências.
Vivia-se uma noite quente na Invicta e o Palco Principal estava prestes a aumentar ainda mais a temperatura com os Bastille. A banda britânica misturou as canções favoritas com os trabalhos mais recentes. “Quarter Past Midnight” e “Doom Days” serviram de aperitivo para o seu próximo álbum. Ao seu estilo, o vocalista Dan Smith aproveitou “Flaws” para entrar pelo meio do público e cantar. O carinho da audiência era evidente e, em troca, os Bastille tocavam músicas conhecidas como “Laura Palmer” e “Of the Night”. Tudo culminou na inevitável “Pompeii” que pôs fim ao concerto e arrancou uma enorme ovação à banda britânica.
Pelo meio os Cave Story já estavam no Palco Indoor. O trio de Caldas da Rainha apresentou temas do mais recente projeto, “Punk Academics”.
No entanto, o grande destaque deste dia eram os cabeça de cartaz, Franz Ferdinand. A expectativa era alta, visto que estes escoceses têm a reputação de dar concertos fenomenais. Com um recinto completamente lotado, passava pouco da meia noite quando subiram ao palco ao som de “The Dark Of The Matinée”, seguida por “No you girls“, que demonstrou claramente que a banda mantinha inalterável toda a sua energia post-punk.
Entre inéditos como “Black Tuesday”, e clássicos como “Do You Want To” e “Lazy Boy”, o público cantava todas as canções. Era tanta a intensidade da actuação que Alex partiu uma corda em “Right Action”: “Não tocava esta há quatro anos “. Take Me Out” e “Ulysses” encerraram o alinhamento principal.
Após uns breves momentos para respirar, começa um encore eletrizante: “Jacqueline”, dedicada às meninas de Glasgow que podiam estar na audiência, “Love Illumination” e, por fim, “This Fire“, com o seu refrão a ser repetido incansavelmente pela banda e pelos fãs
A noite fechou com a animação do DJ Set de Moullinex no interior do centro de congressos.

Reportagens dos Concertos do dia:
Glockenwise
Capitão Fausto
Bastille
Franz Ferdinand
Stone Dead

Conclusão:

Segundo Jorge Veloso, Diretor do Festival, “o balanço extremamente positivo que fazemos desta edição apenas comprova o crescimento e notoriedade que o festival tem vindo a alcançar. Sentimos no público um carinho imenso pelo North Music Festival, um evento da Invicta, para a Invicta, e, uma vez mais, a Alfândega revela-se a escolha acertada”.
O North Music Festival voltou a apresentar uma programação variada, com sonoridades do rock ao pop, passando pela música eletrónica. Um cartaz composto por incontornáveis nomes do panorama nacional e internacional, que já alcançaram o reconhecimento do público e da crítica especializada.
A organização do North Music Festival também já confirmou a edição do próximo ano. O festival regressará à Alfândega do Porto nos dias 22 e 23 de maio de 2020, para aquela que será a sua 4.ª edição.

Update:
North Music Festival cancelado em 2020, mantém cartaz para 2021